A John Deere anunciou que começará a fabricar, em sua unidade de Horizontina (RS), a nova megacolheitadeira S7 a partir de maio. O anúncio foi feito na última sexta-feira, 4 de abril durante evento de lançamento de 15 novos produtos da marca em Campinas- SP.
O grande destaque da Série S7 é a alta tecnologia de automação de colheita. Entre os recursos, está a automação preditiva de velocidade, que utiliza duas câmeras frontais para mapear o terreno até 8,5 metros à frente. As imagens, combinadas com dados via satélite, permitem prever o rendimento da cultura e ajustar automaticamente a velocidade de colheita 3,6 segundos antes do corte. O resultado é uma alimentação mais constante e um ganho de produtividade de até 20%. Apesar da automação, a presença do operador ainda é necessária.
Horácio Meza, diretor de vendas da John Deere no Brasil, afirmou que essa inovação faz parte de um movimento contínuo de atualização do portfólio da empresa:
“Isso não será uma onda passageira. Mais movimentações estão por vir.”
A companhia, porém, ainda não divulgou o valor da nova colheitadeira.
Setor enfrenta cenário desafiador
Mesmo com os avanços tecnológicos, o mercado de máquinas e equipamentos enfrenta retração. Segundo a Abimaq, o setor teve queda de 8,6% em 2024, influenciado pelos juros altos. Antonio Carrere, vice-presidente de Vendas e Marketing da John Deere na América Latina, acredita que 2025 seguirá no mesmo ritmo.
“O produtor está mais cauteloso. Apesar disso, setores como café e laranja já mostram sinais de retomada”, disse Carrere.
Segundo Meza, os tratores menores — que representam 55% do mercado — têm demonstrado recuperação, enquanto o segmento de colheitadeiras permanece estagnado.
Brasil é estratégico para a empresa
Mesmo diante do cenário econômico adverso, o Brasil segue como peça-chave na estratégia global da John Deere. Nos últimos cinco anos, a empresa investiu R$ 3,3 bilhões no país, incluindo R$ 700 milhões na fábrica de Catalão (GO) e R$ 180 milhões no centro de P&D de Indaiatuba (SP), focado em agricultura tropical. A empresa também adquiriu um galpão de 40 mil m² para expandir seu centro de distribuição.
Conectividade no campo
Outra novidade apresentada pela John Deere foi o avanço na conectividade das máquinas. Os novos equipamentos já sairão de fábrica com modem instalado, permitindo coleta e envio de dados operacionais e agronômicos para uma central na nuvem. Com acesso por assinatura, o sistema também será compatível com máquinas de outras marcas, oferecendo ao produtor decisões mais rápidas e precisas no campo.
Foto: Dinheiro Rural
Fonte: Portal Diário, com informações de Dinheiro Rural