Escrito por 15:38 Justiça

Prefeito de Viamão é condenado a mais de nove anos de prisão por divulgação de áudios íntimos e tentativa de coação de testemunhas​

O prefeito de Viamão, Rafael Bortoletti (PSDB), foi condenado a nove anos, um mês e 22 dias de prisão em regime fechado por divulgar áudios íntimos de sua ex-companheira e tentar coagir testemunhas a alterarem seus depoimentos. A decisão foi proferida pelo juiz Igor Guerzoni Paolinelli Hamade, do Juizado da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher da Comarca de Viamão, e divulgada nesta quarta-feira (16).​

Segundo a sentença, o episódio ocorreu em março de 2019, durante uma confraternização em um sítio, onde Bortoletti reproduziu, por meio de caixas de som, gravações de conteúdo sexual explícito envolvendo a vítima. A motivação teria sido uma desavença política com o ex-marido da mulher. O juiz classificou o ato como violência de gênero e destacou o desejo de vingança por parte do prefeito. ​

Além da divulgação dos áudios, Bortoletti tentou manipular o andamento das investigações oferecendo cargos públicos a testemunhas que estivessem dispostas a alterar ou omitir informações em seus depoimentos. Como parte da condenação, ele também deverá pagar R$ 50 mil por danos morais à vítima, com correção monetária e juros de 1% ao mês desde o dia do crime. ​

A defesa do prefeito, conduzida pelo advogado Adler Baum, anunciou que recorrerá da decisão ao Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. Em nota, a defesa afirmou que o Ministério Público havia inicialmente se posicionado pelo arquivamento das acusações e que a decisão judicial desconsiderou as razões técnicas apresentadas. Bortoletti poderá recorrer em liberdade até o julgamento em segunda instância. ​

A vítima relatou os impactos duradouros do caso em sua vida pessoal e familiar, afirmando: “Eu não consigo entrar na cidade. Eu estou sendo falada, julgada. É muito difícil para mim e para meus filhos”. ​

A condenação de Bortoletti levanta questões sobre a responsabilidade de agentes públicos e a necessidade de combater a violência de gênero, especialmente quando envolve figuras de poder.​

Foto: Reprodução / Redes Sociais

Fonte: Portal Diário | Com informações de GZH e Porto Alegre 24H