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Caso Bernardo Boldrini completa 11 anos: relembre o crime e o destino dos condenados

Nesta sexta-feira (4), completa-se 11 anos desde o desaparecimento de Bernardo Uglione Boldrini, um dos casos criminais mais marcantes do Rio Grande do Sul. O menino de 11 anos sumiu em Três Passos, no Noroeste do estado, e foi encontrado morto dias depois, em um crime que chocou o país.

O desaparecimento e a descoberta do corpo

Bernardo desapareceu no dia 4 de abril de 2014. Segundo as investigações, ele foi visto pela última vez por volta das 18h, quando teria dito que dormiria na casa de um amigo. Dias depois, seu pai procurou uma rádio de Porto Alegre pedindo ajuda para encontrar o filho.

Dez dias após o desaparecimento, o corpo do menino foi localizado em Frederico Westphalen, enterrado próximo a um rio. O atestado de óbito indicava que Bernardo havia morrido de forma violenta no mesmo dia do desaparecimento. A causa exata não foi identificada no documento, que também apontava que o corpo já estava em avançado estado de decomposição.

Quem foram os responsáveis?

A investigação concluiu que o crime foi cometido pelo pai de Bernardo, Leandro Boldrini, pela madrasta Graciele Ugulini e pela amiga dela, Edelvânia Wirganovicz. Os três foram acusados de homicídio quadruplamente qualificado — por motivo torpe e fútil, uso de veneno e impossibilidade de defesa da vítima — além de ocultação de cadáver.

Evandro Wirganovicz, irmão de Edelvânia, também foi denunciado. As autoridades suspeitaram de sua participação devido à dificuldade de escavar o local onde o corpo foi enterrado.

Em 2019, os quatro foram levados a júri popular, em um julgamento que durou cinco dias e somou mais de 50 horas. Todos foram condenados:

  • Graciele Ugulini: 34 anos e 7 meses de prisão.
  • Leandro Boldrini: 33 anos e 8 meses de prisão.
  • Edelvânia Wirganovicz: 22 anos e 10 meses de prisão.
  • Evandro Wirganovicz: 9 anos e 6 meses em regime semiaberto.

Onde estão os condenados hoje?

Leandro Boldrini
O médico teve sua pena fixada em 31 anos e 8 meses por homicídio qualificado e falsidade ideológica, sendo absolvido da acusação de ocultação de cadáver. Em 2024, ingressou em um programa de residência médica no Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), mas em fevereiro de 2025, teve o registro profissional cassado pelo Conselho Federal de Medicina (Cremers) e foi desligado do hospital. Atualmente, cumpre pena em regime semiaberto.

Graciele Ugulini
A madrasta cumpre pena em regime fechado no Presídio Feminino Madre Pelletier, em Porto Alegre. A previsão é de que possa ir para o semiaberto em 2026 e obter liberdade condicional apenas em 2035.

Edelvânia Wirganovicz
Condenada por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver, Edelvânia migrou para o regime semiaberto em maio de 2022. Em 2023, foi obrigada a usar tornozeleira eletrônica por falta de vagas no sistema prisional. Em fevereiro de 2025, o ministro do STF, Cristiano Zanin, decidiu que ela deveria retornar ao regime semiaberto, onde permanece atualmente. A defesa anunciou que irá recorrer.

Evandro Wirganovicz
Após cumprir a pena de 9 anos e 6 meses, Evandro teve a condenação extinta em janeiro de 2024 e já está em liberdade.


Fonte: Portal Diário, com informações do G1 RS e Observador Regional