Escrito por 15:38 Polícia

Polícia Civil desarticula grupo que aliciava adolescentes para cometer crimes cibernéticos

Operação “Adolescência Segura” investigou crimes como apologia ao nazismo, pedofilia, instigação ao suicídio e tentativa de homicídio. Mandados foram cumpridos em oito estados brasileiros.

Em uma megaoperação coordenada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, realizada na manhã desta terça-feira (15), foi desarticulado um grupo criminoso acusado de cooptar adolescentes para a prática de crimes cibernéticos de extrema gravidade. A ação, denominada Adolescência Segura, mobilizou forças de segurança em pelo menos oito estados brasileiros.

A operação cumpriu mandados de prisão temporária, busca e apreensão, além de internação provisória de adolescentes infratores. Os alvos estão localizados nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás e Rio Grande do Sul. A ofensiva contou com o apoio das polícias civis locais e do Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab) da Secretaria Nacional de Segurança Pública.

Segundo as investigações, o grupo é responsável por uma série de crimes que incluem tentativa de homicídio, maus-tratos a animais, apologia ao nazismo, instigação ao suicídio, disseminação de discurso de ódio e divulgação de pornografia infantil. Até as 7h30 da manhã, dois homens haviam sido presos e dois adolescentes apreendidos.

As apurações tiveram início em fevereiro deste ano, após a transmissão ao vivo pela internet de um ataque brutal: um adolescente lançou um coquetel molotov contra uma pessoa em situação de rua, que dormia em uma calçada. A vítima teve 70% do corpo queimado. O episódio chocou as autoridades e levantou o alerta para a existência de um grupo altamente organizado que operava por meio de plataformas digitais.

De acordo com a Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV), os administradores do servidor onde o vídeo foi veiculado mantinham uma rede criminosa com forte atuação online, voltada principalmente à manipulação psicológica de jovens, incentivando práticas criminosas e violentas. A estrutura do grupo chamou atenção de agências internacionais, que colaboraram com o fornecimento de relatórios e informações cruciais para a investigação.

As autoridades destacam que o trabalho de inteligência foi essencial para o cruzamento de dados e identificação dos envolvidos. As investigações seguem em andamento, e novas prisões não estão descartadas.

Foto: Tânia Rêgo / Arquivo Agência Brasil / CP

Fonte: Portal Diário | Com informações do Correio do Povo