COLUNA OBSERVANDO A POLÍTICA:
Prometi a mim mesmo que não falaria nem escreveria mais sobre a conclusão da ponte sobre o Rio Turvo na ERS-518, local que ainda continua sendo o “trecho da vergonha”. No entanto, diante dos acontecimentos desta terça-feira, dia 1º de abril
A situação da agricultura em nossa região – base da economia do estado e do país – é de um abandono revoltante. O homem do campo, que já sofre com a dependência do clima para plantar e colher, agora enfrenta mais um obstáculo: a incompetência do Governo Estadual.
Na ERS-518, entre Braga e Campo Novo, a famigerada ponte sobre o Rio Turvo continua sendo um risco à vida dos produtores e um emblema do desprezo governamental. Ontem, mais uma vez, presenciamos a cena lamentável de agricultores arriscando suas vidas e equipamentos valiosos para atravessar essa armadilha. Enquanto isso, ao fundo, jaz um verdadeiro monumento à incompetência: a “obra” de uma nova ponte, abandonada há mais de um ano e meio, após já ter consumido absurdos 6 milhões de reais do contribuinte.
Mas aí vêm os “políticos de sapatinho bico fino e gravata” do Governo Estadual com suas desculpas esfarrapadas e promessas vazias. Quando a obra parou, em outubro de 2023, a justificativa era inacreditável: “o aterro não estava previsto no projeto”. Como é possível que um governo gaste milhões em uma obra sem sequer planejar um aterro? Até um estudante de engenharia do primeiro semestre – ou mesmo qualquer morador da região – saberia que a ponte precisava e precisa de aterro!
Chegou 2024, e a desculpa mudou. Agora, as enchentes de maio teriam desviado os recursos. Sim, é compreensível que emergências exijam ações urgentes, mas o que aconteceu entre outubro de 2023 e maio de 2024? Por que não se mexeram antes? Em novembro de 2024, surgiu mais uma versão: “não havia projeto, o valor estava defasado e a empresa pediu reequilíbrio financeiro”. Agora, em abril de 2025, anunciam que vão retomar a obra, prometendo concluí-la até o fim do primeiro semestre deste ano.
E aí fica a pergunta: estão apenas ganhando tempo para usar a obra como cartada política nas eleições? Já imagino a inauguração, quando “eles” soltarem seus discursos inflamados e se vangloriarem de uma obra que deveria ter sido concluída há 42 anos. Ou seja, querendo ser padrinhos de uma “criança” de 42 anos.
A população da Região Celeiro, que ajuda a carregar o estado nas costas, não pode mais aceitar ser tratada com esse desprezo. O descaso com os agricultores é um crime econômico e social. E pior: um crime premeditado, sustentado por um governo que ignora aqueles que garantem a comida na mesa de todos.
Até quando seremos reféns da incompetência e do oportunismo eleitoral?
Observem a aflição dos produtores, no lado direito abaixo e no esquerdo acima no vídeo, agora imaginem como está o condutor.
Fonte: Coluna Observando a Política: Observador Regional / Marcos Aurélio Nunes
